Pular para o conteúdo principal

Circula em Nioaque, o primeiro jornal do Sul




Sai em 26 de outubro de 1894 a edição n° 1 de "A Voz do Sul," o primeiro jornal de Nioaque. Foi seu redator João Cláudio Gomes da Silva, impresso em equipamento gráfico adquirido em Cuiabá, da antiga tipografia do jornal A Situação, pelo coronel Jango Mascarenhas. Sua linha editorial obedecia às seguintes diretrizes:


Somos alheios a toda e qualquer seita religiosa, mas convencidos apesar da diversidade das partes doutrinárias de que todas as religiões partem do mesmo princípio que - é a moral voluntários, apresentamo-nos como sectários desses altos princípios sociais, sendo a nossa divisa do desinteresse: para a sociedade, pela sociedade.

Republicanos de princípios, para nós a República é a chave que coroa a abóboda desse grande edifício de conquistas político-sociais.

Que a República é o único governo que pode fazer a felicidade do povo brasileiro: eis as nossas convicções.

Trabalhar pelo engrandecimento da pátria matogrossense em todo terreno; defender os interesses estaduais, nas questões de interesse geral e batermo-nos pelos interesses do sul em todas as questões em que for envolvido, eis o nosso programa.

Em 1896 o jornal foi empastelado e o material gráfico todo atirado no rio Nioaque. O autor do atentado foi um indivíduo alcunhado de Onça Preta.  


FONTE: Rubens de Mendonça, História do Jornalismo em Mato Grosso, edição do autor, Cuiabá, 1963, páginas 85 e 115.

FOTO: reprodução meramente ilustrativa

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O assassinato de Henrique Spengler

Encontrado morto em casa, em 21 de março de 2003, em Coxim, vítima de agressão física, Henrique Spengler. 45 anos, nascido em Campo Grande, filho de José Roberto Spengler e Glorieta de Melo Spengler. Notabilizou-se como pesquisador das manifestações culturais indígenas e nativistas, dedicando-se, particularmente à nação Guaicuru. Foi ativista e um dos fundadores Movimento Cultural Guaicuru. Artista plástico, segundo Maria da Gloria Sá Rosa, Spengler "ao pesquisar a abstração dos padrões de desenho de couros, cerâmicas e tatuagem dos Cadiuéu, absorveu a essência das etnias regionais, projetando-a de maneira singular na linguagem das linhas e da forma". Professor, dedicou-se à disciplina História Regional que o interessava particularmente, havendo influenciado na inclusão da matéria no currículo escolar do Estado. Intelectual  participou ativamente de todos os projetos de identidade cultural de Mato Grosso do Sul, a partir da criação do Estado. Em 2004, o cineasta Alexandre B...

Bando dos baianinhos aterroriza o Estado

Os irmãos Batista, gaúchos, domiciliados em Campo Grande, conhecidos como baianinhos , utilizando automóveis e até metralhadoras, aterrorizam fazendeiros em praticamente todo o território do atual Estado de Mato Grosso do Sul, especialmente no Pantanal, onde estão concentrados os maiores rebanhos bovinos no Estado. O impacto da organização criminosa teve repercussão nacional, como vemos na ampla reportagem da Agência Meridional, publicada em 15 de dezembro de 1943, em todos os jornais dos Diários Associados: Diante dos sucessivos assaltos de um bando que usa metralhadoras de mão, a população matogrossense pergunta: Lampeão, Corisco e Silvino Jacques terão encontrado sucessores aperfeiçoados? É o que vem acontecendo com o aparecimento dos ‘baianinhos’, grupo de bandoleiros que fazem incursões na região sul de Mato Grosso, tendo nos últimos dias de novembro efetuado ataques a cerca de 11 fazendas. Silvino Jacques, como se sabe, assolou com sua gente o nordeste do Estado,...

Morre Bento Xavier, o maragato

Faleceu aos 53 anos em Belém, Paraguai, em 27 de setembro de 1915, o gaúcho Bento Xavier da Silva. Natural de Santana do Livramento, chegou ao Sul de Mato Grosso no final do século XIX, como refugiado da revolução federalista na qual lutou no exército maragato de Gumercindo Saraiva, derrotado pelos picapaus de Júlio de Castilho. Em Bela Vista dedicou-se à pecuária, ingressando em seguida nas lutas políticas regionais. Um dos pioneiros na luta pela divisão de Mato Grosso, liderou na primeira década do século passado a fase insurrecional da campanha separatista, chefiando um movimento conhecido como  Revolução da Paz , que "chegou a ter mais de 5.000 seguidores, que, para a época era um verdadeiro exército". Batido nos  combates de Estrela , em 1911 por tropas legalistas comandadas pelo major Gomes exilou-se no Paraguai, onde passou a trabalhar como açougueiro.  FONTE : Sidney Nunes Leite,  Bela Vista uma viagem ao passado , edição do autor, Bela Vista, ...