Morreu em
11 de novembro de 1920, João Antonio de Trindade. Natural do Rio de Janeiro, herói da
retirada da Laguna, chegou a Ponta Porã em 1892. Foi ele – atesta Rubens Aquino
– o primeiro morador que se estabeleceu no local onde se formou a povoação que
hoje constitui a cidade fronteiriça.
Nesse tempo existia no lugar um posto fiscal sob a direção de Emílio Calhao, o qual tinha atribuições de arrecadar os impostos de exportação da erva-mate, e que algum tempo depois foi extinto. Também nesse tempo aí residiram os senhores Olímpio Monteiro de Lima e Maranhão que depois mudaram-se, indo o primeiro fixar-se nas terras onde constituiu sua fazenda, dedicando-se aos trabalhos de criação de gado. Próximo de Ponta Porã, existia também a fazenda S. Máximo, de d. Maria Joana Pereira (da. Mariquinha), viúva de um veterano da guerra de 1870, de nome Nelo.
O povoamento de Ponta Porã teve início na periferia de um vasto brejo, atoleiro impenetrável, que hoje não existe mais, que ia findar na orla da espessa mata virgem, situada aos fundos. Ao norte delimitava essa zona a cabeceira do córrego S. João e ao sul a do córrego Estevão. Na frente, a poucos metros de distância, estavam os marcos de madeira de lei, indicando a linha divisória com o Paraguai.
Em Ponta Porã, passou o capitão João Antônio da Trindade o resto de sua vida, vindo a falecer a 11 de novembro de 1920. Foi ele naqueles tempos remotos, o homem mais culto do lugar, cabendo-lhe importante papel na formação política e social do núcleo que começava a formar-se.
FONTE: Rubens Aquino, Tereré, in
Ciclo da Erva-Mate em Mato Grosso do Sul 1883-1947, Instituto Euvaldo Lodi,
Campo Grande, 1986, página 343.
FOTO: acervo da Prefeitura Municipal de Ponta Porã.
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