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Langsdorff enfrenta o rio Coxim



Continuando sua viagem por Mato Grosso, com destino a Cuiabá e ao Norte do país, a expedição científica Langsdorff, no turbulento rio Coxim, passa, em 27 de novembro de 1826, a cachoeira das Furnas, “onde a canoinha dos caçadores foi a fundo, atirando à água uma espingarda, uma pistola e vários outros objetos que ficaram perdidos”.

Hercules Florence, integrante da comissão dá novas notícias desse dia:

“Vencemos a cachoeira das Anhumas, perto do morro do mesmo nome. O país era tão montuoso. Desde há dias navegávamos junto à base de montanhas cobertas de mato, das quais nascem córregos que com alegre ruído se atiram no rio. Fomos parar junto àquele morro e ali vimos batidas feitas por antas”.

Mais adiante, Florence traça resumido perfil do Coxim:

“O Coxim é pitoresco pelas suas corredeiras, paredões, campos, caapões e montanhas: a pouca largura, as matas, as belas guaitivocas, as praias argênteas, a abundância e variedade de peixes trazem o viajante sempre entretido.

As cachoeiras são numerosas; entre essas algumas há compridas e perigosas: as rochas, a água em borbotões, a espuma formam um verdadeiro caos”.


FONTE: Hercules Florence, Viagem Fluvial do Tietê ao Amazonas, de 1825 a 1829, Edições Melhoramentos, São Paulo, 1941, página 54.

FOTO: Rio Coxim, retratado por Hercules Florence.

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